quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Guerra de Preços Genéricos X Medicamentos de Marca

A proximidade da chegada de novos genéricos no mercado, com fim de patentes de remédios de marca, está levando a indústria a antecipar descontos. Os exemplos mais recentes são o Viagra e o Lípitor, ambos da Pfizer. Em junho, antes de o genérico entrar no mercado, o preço do Viagra de 50 miligramas, na embalagem com quatro comprimidos, era de R$ 135,33. Hoje ele custa R$ 67,67. Um desconto direto da fábrica de 50%. Já o Lípitor, usado no combate ao colesterol elevado, ficou 30% mais barato: de R$ 221,45 até setembro para R$ 155,02.
"Normalmente, os remédios de marca costumam ficar mais baratos quando o genérico entra no mercado. Mas, nesses casos, a indústria se antecipou e baixou os preços antes", afirmou Ricardo Scaroni, diretor de Negociação da Drogasmil, rede com 90 lojas entre Rio e São Paulo.
A concorrência com os genéricos é forte. Por lei, para entrar no mercado, o laboratório que lança o genérico precisa ter um preço, no mínimo, 35% inferior ao remédio de marca.
"Mas há vários laboratórios de genéricos. E alguns esperam para saber o preço e lançar o mesmo produto mais barato ainda", diz Scaroni.

Pfizer comprou parte do Teuto, que fabrica genéricos

A Pfizer resolveu investir em genéricos. Depois de ter feito um acordo com a Eurofarma para que o laboratório brasileiro produzisse o genérico do Lípitor, comprou 40% do Laboratório Teuto, também de genéricos:
"Teremos acesso ao portfólio da Pfizer para lançamento de genéricos. A Pfizer vai poder usar nossos produtos", explicou Marcelo Henriques, presidente-executivo do Teuto.
Mesmo com os descontos diretos da fábrica, a pesquisa é fundamental. A diferença de preços é gigantesca. O próprio Lípitor 20mg, que na tabela custa R$ 155,02, pode ser encontrado por R$ 138,88 na Drogasmil. Ou por R$ 77,51 na Pamed, com o cartão de fidelidade do laboratório. Já o Viagra, que tem preço sugerido da indústria de R$ 67,67, pode ser encontrado por R$ 49,43, também na Pacheco.
preciso pesquisar. As diferenças são grandes, mesmo entre os genéricos. A dispersão é positiva, sinal que há concorrência forte. Os genéricos respondem por 22% do mercado, e pretendemos chegar a 2011 com 25%", afirma Odnir Finotti, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos.
A concorrência acaba fazendo o preço dos genéricos se igualar ou até ultrapassar os de marca. É o caso do Renitec de 20mg, remédio para tratar hipertensão. O de marca pode ser encontrado por R$ 30,71, enquanto o genérico do Teuto, na mesma farmácia, custa R$ 32,11 e o da Medley, R$ 37,04. Mas em outra farmácia, o mesmo medicamento, também do Teuto, é vendido por R$ 9,50.
Segundo o consultor e professor de Marketing Farmacêutico da UFRJ e da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Pacanowski, no entanto, na maioria dos casos o genérico ainda é vantajoso. Em média, é 52% mais barato:
Fonte: Da Agência O Globo

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